O BRASIL DA COPA, DO COPO E DA MESMA COISA!...

O Brasil rico é uma tristeza. Sim, porque um Brasil pobre e pobre era até justificável em suas burrices e procrastinações. Em tal caso, até a corrupção era menos agressiva, visto poder ser encarada como ato de desespero de oportunistas ou emergentes ao poder. Porém, o Brasil das estatísticas econômicas globais é um acinte ao que se tem e pode e não se faz.

Então se diz: “Mas é que ainda é cedo para aparecer o resultado!”

Todavia, o resultado em gastos de turistas no exterior, do consumo interno e externo, do aumento da corrupção, e o do espirito “emergente” foi instantâneo...

É o mesmo Brasil que temos; só que com a ufania de ter dinheiro no cofre e pra gastar. E gastar mal; ou ainda: gastar pior do que se poderia imaginar.

São ações de grandeza de um ex-mendigo que ganhou na Loteria. São gastos perdulários e sem critério. São bilhões para a Copa e as Olimpíadas enquanto as obras de infraestrutura arrastam-se na burocracia e na mesmice dos vícios dos oportunismos da corrupção. Essa já é uma Copa perdida antes do time entrar em campo...


Essa Copa foi perdida em Friburgo, em Angra, na Região Serrana do Rio, em Minas Gerais, e no Nordeste; para onde o dinheiro enviado tanto é pouco como não aparece jamais nas obras de reconstrução patrocinadas pelas tragédias naturais.

Essa Copa foi perdida na Saúde vergonhosa, no sistema escolar pobre e desassistido, nas estradas pavorosas de tanto perigo, nas obras abandonadas, nos desvios bilionários, no Congresso ainda bandido, no Judiciário vaidoso e fisiológico quanto a sua própria corrupção, no jogo de equilíbrio politico despudorado nos seus conchavos, nos bolsões de miséria nunca esvaziados, na negligencia ao meio-ambiente, nos Lobbies poderosos e desavergonhados, na imutabilidade do sistema; para o qual se pede tempo [...], pois se diz que é ainda é cedo pra mudar.

Este Brasil é como essa Copa!

O Brasil Copa é o Brasil que somos!

Sim, do mesmo modo que a Copa já perdida antes de começar, está o Brasil, perdido pelo sistema de Segurança e pelas Policias, tanto mal pagas como também humanamente desqualificadas.

Não foi o Brasil que mudou; foi o mundo que piorou tanto em relação ao que era [...], que nós aparecemos na oportunidade aleatória deste novo tempo.

Nosso sucesso foi a desgraça dos outros!

O Brasil, no entanto, é um emergente com todos os surtos de um emergente. É falastrão, é esbanjador, é escandaloso, é devotado às demonstrações tópicas de prosperidade, é um playboy da periferia...

Os bens de consumo estão presentes em casas caindo sobre esgotos entupidos; os carros lotam as cidades inundadas; o dinheiro sobeja em um comercio a cada dia mais assaltado pela insegurança publica; posto que a cultura da pobreza não tenha sido mexida pela educação e pelo exemplo dos governantes.

Sim, estamos assistindo a riqueza da gambiarra...

Por enquanto o que se tem é o Brasil dos jeitinhos com dinheiro no bolso, mas sempre magico nas suas expectativas de prosperidade e sucesso.

Desse modo, o que preocupa é essa riqueza sem caráter na sua gestão, e sem a devida seriedade na sua aplicação.

O Brasil não mudou, pois, caso tivesse mudado, não seria difícil definir coisas básicas como a Lei da Ficha limpa. Ora, este é um dos sinais de que a Economia mudou, mas que o Brasil não mudou; posto que se tenha ainda enorme conflito quanto a definir qual seja o caráter dos que possam exercer o poder.

São os mesmos nomes, os mesmo agentes políticos e os mesmos vícios; a diferença é que os viciados receberam uma herança inesperada; uma dádiva da natureza em tempos de empobrecimento global.

A riqueza do Brasil é a tragédia Global!

Assim, o Brasil não está melhor; os Estados Unidos é que pioraram; a Europa é que piorou; o mundo é que se desgraçou; enquanto a sorte nos alcançou com uma herança natural e com circunstâncias por hora favoráveis. Mas se o caráter da autoimagem do Brasil não mudar, seremos ricos na favela, endinheirados da pocilga, abastados nas rodinhas dos bares erguidos sobre os esgotos mal cheirosos de sempre.

Ora, se até para fazermos bem as coisas visíveis e de repercussão mundial que assumimos [...], como a Copa do Lula e do Sergio Cabral [...] nós andamos com a lerdeza e os vícios de sempre, maltratando a inteligência de quem vê pela demonstração de que afora os atrasos de tudo, a infraestrutura de Aeroportos, transportes públicos e outros serviços essenciais ao Show não são feitos com seriedade, que pensar das demais coisas, sem tanta visibilidade?

Assim, pergunto: Brasil rico, para quem?

O Brasil será um país rico quando todos esses números se expressarem em qualidade de vida, de saúde, de educação, de segurança publica, de qualificação do Congresso e do Judiciário; e, em tempos como estes, em politicas de meio-ambiente que reflitam a seriedade do caráter nacional. Enquanto isto [...] somos apenas os novos ganhadores da Mega Sena Global.



Caio
13 de janeiro de 2012
Lago Norte
Brasília
DF