Um rio de lixo... Pra onde (navega) a humanidade?

Para onde caminha o Caminho da Graça?

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Assista esta videoconferência aos do Caminho (em Vila Velha), pois aqui o Caio explica o que é o Caminho da Graça como movimento histórico.
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O vento sopra onde quer, não sabes de onde vem, nem para onde vai. Assim é todo o que é nascido do Espírito.


Essas palavras de Jesus parecem nos apavorar! E por quê? Porque ninguém quer ficar sem saber para onde vai! E ninguém quer, de fato, confiar a vida a Deus. Por que videntes e astrólogos têm tanta popularidade? Ora, é porque todo mundo quer saber o futuro, enquanto todo mundo tem medo do futuro! O justo, porém, viverá a cada dia apenas pela Fé!


A questão, no entanto, não é saber para onde se vai. A única coisa que interessa é a Quem estou seguindo. Ora, nesse caso, não se trata nem mesmo de buscar seguir algo visível, mas de se deixar levar pela leveza do intangível, sem medo, e com total confiança.

Hoje em dia ninguém mais quer seguir o Vento, se é que algum dia já se aceitou isto. Uma mente religiosamente estruturada acaba por tentar “sistematizar” o Vento, o Espírito e a Vida.

O interessante é que Jesus é o Caminho, e segui-lo é a própria certeza de “para onde se está indo”, pois o alvo da jornada é Vida no Pai.

“Vós sabeis o caminho...” — disse Jesus. Eles responderam: “Como saber para onde vais, sem saber o caminho”? Todos conhecem a resposta: “Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida, e ninguém vem ao Pai senão por mim”.

Ora, é aqui que mora a angústia da alma religiosa. Depois de milênios de treinamento para pensar no Caminho como Conduta, na Verdade como Doutrina e na Vida como Performance, quem ainda sabe intuir a simplicidade das palavras de Jesus?

E pior: depois de pensar no Caminho como um “projeto”, na Verdade como um “sistema” e na Vida como um “modo de ser” conforme a religião, quem pode ainda entender o significado do chamado de Jesus?

E mais desgraçadamente ainda: depois de pensar no Caminho como o “Pacote da Salvação”, na Verdade como a “Certeza dos Crentes”, e na Vida como uma “Longínqua Eternidade”, quem consegue ainda discernir a concreta subjetividade do chamado de Jesus Hoje?

E só para concluir: depois de anos confundindo o Caminho com uma “Estrada Institucional”, a Verdade com a “Teologia” e a Vida com a “Disciplina da Igreja”, quem ainda pode, apenas de leve, perceber o convite de Jesus para segui-Lo no Caminho, sendo levado pelo vento, seja andando em Verdade no ser e experimentando a Vida na vida?

Não! A gente quer um mapa, um sistema, uma estratégia, um planejamento de curto, médio e longo prazo. A gente quer saber como acontecerá: “Qual a estrutura que nos governará? Quais os sistemas que nos conduzirão? E quais os objetivos concretos a serem declarados? E que organização terá”?

Para mim, se discirno com alguma correção o Evangelho, o espírito é outro. Jesus nunca organizou muita coisa, a não ser chamar doze homens para estarem mais próximos Dele, reunir a multidão em grupos a fim de repartir o pão, e enviar alguns antes Dele a fim de fazerem preparativos específicos. No mais, nada mais!

“Não andeis ansiosos... quanto ao vosso ministério, pois a vida é mais que o ministério.”

“Não vos preocupeis com o que haveis de falar, pois o Espírito vos concederá...”

“Eis que vos envio como ovelhas para o meio de lobos...”

E lhes deu NADA como armadura, exceto a simplicidade do poder que vem da Graça.

Tudo que diz respeito ao Evangelho que surge com a pretensão de ser uma organização já nasce moribundo. A vitalidade do Evangelho está em se deixar conduzir pelo Espírito, conforme a verdade da vida e a vida na verdade.

Portanto, para mim, o melhor governo é o menor possível; o melhor modo é o mais simples; a melhor forma é aquela que serve à vida; e o melhor meio é aquele que vai sendo!

Eu creio que a sabedoria do Caminho é deixar que o vinho designe o odre e deixar que o pano determine a melhor veste para ele. E mais: é saber que o Vinho Novo sempre haverá de demandar, a cada momento ou geração, o odre apropriado; e que a Veste Nova haverá de ser combinada com o feitio que lhe for próprio.

Assim, as formas servem às essências, e não o contrário! Para andar no Caminho tem-se que desistir do modelo industrial, ou da montagem em série, ou da franquia, ou do modelo pré-fabricado, ou de toda fixidez de formas, com suas Constituições e Regimentos, sejam escritos ou subentendidos, visto que todas essas coisas só servem para agarrar-se às paredes do visível, para aplicar fórmulas de sucesso ministerial conforme o Mundo, para instituir hierarquias engessadas e para nos proteger uns dos outros.

E não haverá formas e governos eclesiais?

Ora, ninguém que viva no tempo e no espaço pode crer que as formas sejam evitáveis. Nossa dimensão precisa de forma: tempo e espaço produzem formas.

Porém, quem deu forma aos mares, às montanhas, aos rios, às florestas, aos desertos, aos vales e à vida?

Por que não se pode confiar que Aquele que fez isto em rocha, pedra, areia, poeira, vegetação e todas as demais coisas também pode dar forma ao que também é de Sua criação no coração humano, conforme a necessidade de cada geração?

No que depender de mim, o Caminho da Graça continuará a caminhar conforme a água. Alguém já viu a água ter algum problema com a forma? Não! A água se serve de todas as formas. As formas servem à água, não a água às formas!

O espírito da caminhada é a simplicidade. Há um só Pastor. Há um só Guia. Há um só Mestre. E a Ele, conforme os princípios do Evangelho, nós todos seguiremos. E orientadores e supervisores servem apenas para manter as formas a serviço da essência, sem nunca maculá-la!

Pois nossa segurança está na essência do Evangelho. Onde quer que esse espírito do Evangelho tenha prevalência, todas as boas formas lhe prestarão serviço, mas jamais se tornarão um fim em si mesmas. Serviu, serve; não serviu, então já não serve. E a única coisa que não serve mesmo é atrofiar a Palavra para que ela fique conforme a forma e a “forma”.

Ora, se um dia tivermos presbíteros, saiba: eles não serão fiscais da vida e nem senhores da doutrina, mas gente da misericórdia e da paz. Se tivermos diáconos, saiba: eles não serão porteiros de reunião, mas pessoas que só serão servos se servos forem na vida. No entanto, muitas vezes, a melhor maneira de não matar a vida espontânea é não batizá-la de modo oficial.

Criar muitas e muitas formas de governo não é difícil. E há muitas roupas de grife se oferecendo como modelo para a vestimenta do pano novo. Mas é disso que fujo. No que nos diz respeito, o Espírito conduzirá as coisas conforme a pertinência. E nisto, também, o justo terá que se alegrar na aventura da fé.

A questão do Caminho como lugar é simples: por que a gente apenas não se reúne com alegria singela, não experimenta o amor que liberta, não goza o privilégio da simplicidade, não se alimenta da Palavra, e não volta à vida cheios das Boas Novas para contar ao mundo?

Por que a gente não faz do lugar só um lugar? Lugar onde se faz um pouso, uma estação de bom ânimo e revigoramento da fé e que abasteça a vida na troca e ministração dos dons?

Já somos, em muitos lugares, um “pouso” para quem pede. E quando digo “somos”, apenas digo que os que se designam “do Caminho” são apenas discípulos de Jesus que se encontram em torno da mesma percepção do Evangelho.

Uma “Estação” do Caminho é uma paragem para os peregrinos. O Caminho não é na Estação; é na estrada, é na pluralidade da existência, é em meio a tudo e a todos, é nas portas do inferno.

A Estação é um pouso rápido, é um pernoite; ou, no mundo moderno, nem mesmo isso, posto que “estar na estação” — num metrô, por exemplo — é coisa tão rápida que a pessoa quase nem chega a “estar”.

Não temos, todavia, a aflição das estações de metrô. Preferimos as Estações das estadas andantes, antigas ou primitivas, nas quais a Estação era apenas uma “ramagem” na beira da estrada. Ou apenas um lugar comum onde os peregrinos, os hebreus do caminho, se encontram.

Quanto ao senso de “grupo”, no Caminho ele não existe como tentativa de separação do mundo. Existe apenas o senso de unidade na fé, em meio à pluralidade das muitas expressões humanas.

O fato é que a mentalidade da “igreja” sempre foi a de criar uma “sociedade paralela” com todas as formas de governo secular (e hoje empresarial) a fim de que alguns sejam os donos do processo, os controladores do povo, os governadores de Deus e os xerifes da santidade.

A “igreja” quer tirar as pessoas da vida e do mundo, criando um viveiro de doentes e arrogantes.

O Caminho do Evangelho, porém, não é assim! Não é! Nele, as pessoas não fogem do mundo e nem da vida. Nele não tem que haver governadores e nem príncipes. Nele, confia-se na Soberania de Jesus e na efetividade de Seu poder. Nele, cada pessoa é uma testemunha no mundo, não um militante de um partido eclesiástico. É dessa mentalidade que queremos estar longe!

E quanto ao futuro?

Ora, amigos de caminhada, se já não temo a morte, por que haverei de temer o futuro? O Senhor nos guiará se nós não tentarmos guiar o Senhor!

Aonde vai dar esse caminho? Já deu no Pai. E nos conduzirá a cada dia no caminho da pacificação!

Assim, sirvo a Deus Hoje, e não vivo a neurose de como será amanhã. Não sofro dessa ansiedade. Hoje, todavia, há milhares de filhos de Deus que andam dispersos. Quem está feliz onde está, deve ficar onde está. Apenas proponho que os que parecem não caber em lugar nenhum, ou os que amam a Jesus, mas justamente por isso não suportam a convivência religiosa — conforme ela se tornou —, que não se sintam “desviados”, que não se tornem solitários e que se ajuntem, que se reúnam, que se encontrem, que se fortaleçam na fé, mutuamente; e, sobretudo, que ensinem o Evangelho uns aos outros. E que saiam para a vida, para toda ela, por todo o mundo, qualquer mundo, até os confins de qualquer fim de terra; e que, indo, preguem, testemunhem e façam discípulos de Jesus, ensinando a eles que o lugar onde se serve a Deus é no mundo, e que o lugar chamado Igreja é qualquer lugar onde dois ou três se reúnam em Seu nome, até numa “Estação do Caminho” ou em qualquer estação, com ou sem nome, desde que seja um lugar de refrigério, acolhimento amoroso e manifestação do Poder de Deus, em meio aos dons espirituais.

Mas há certas coisas que só são provadas se são provadas e se fazem provadas, ainda que para alguns pareçam improváveis. É bom, todavia, que se saiba que o Evangelho é apenas para gente que crê no impossível.

Por fim, pensem em Abraão, que saiu, e foi sem saber para onde ia. Daí Deus ter considerado que ele era um amigo. A grande recompensa da confiança é a amizade de Deus!

Se alguém ouvir e crer, e levantar-se para a Vida em nome de Jesus, esse é membro da Doce Revolução!


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O Caminho da Graça para Todos|

Eco4planet - A natureza agradece!

Eco Planet


O que é o eco4planet e por que usar?

O eco4planet utiliza o sistema Google™ Pesquisas Personalizadas, mantendo assim a mundialmente reconhecida capacidade das buscas Google™, com um visual também simples e rápido, porém inovador na utilização predominante da cor preta para gerar economia de energia. Sua criação prova que pequenas ações diárias podem gerar economia de energia, resultando em menores gastos e ainda vários outros benefícios.

O eco4planet ainda economiza energia pois sua tela é predominantemente preta, e um monitor utiliza até 20% menos energia para exibi-la se comparado à tela branca. Considerando as mais de 2,55 bilhões de buscas diárias realizadas no Google™ com tempo médio suposto em 10 segundos por pesquisa e a proporção de monitores por tecnologia utilizada, teríamos com um buscador de fundo preto a economia anual de mais de 7 Milhões de Kilowatts-hora! Esse valor equivale à:

* Mais de 63 milhões de televisores em cores desligados por 1 hora;
* Mais de 77 milhões de geladeiras desligadas por 1 hora;
* Mais de 175 milhões de lâmpadas desligadas por 1 hora;
* Mais de 58 milhões de computadores desligados por 1 hora.

Economizar energia é uma forma de ajudar o planeta uma vez que para geração de eletricidade incorre-se no alagamento de grandes áreas (hidrelétricas), poluição do ar com queima de combustíveis (termoelétricas), produção de lixo atômico (usinas nucleares), dentre outros problemas ambientais. Soma-se a isso o fato de que o eco4planet pode gerar menor cansaço visual ao visitante se comparado a uma página predominantemente branca.

Sendo assim não há dúvidas de que essa ação é extremamente válida uma vez que somados os usuários teremos um resultado realmente significativo de economia de energia, gastos, preservação da natureza, e ainda mais: acreditamos que olhar sempre para o eco4planet fará com que as pessoas se lembrem da necessidade contínua de economizar energia elétrica e proteger a Natureza!

Acesse
aqui!

FIM: "Eu vou embora, mas nunca digo adeus"!

Missão na Nigéria



AMANHECEU NOSSO ÚLTIMO DIA NA ÁFRICA!
Dia 19 de Janeiro

Despedimos-nos de muita gente querida, discípulos amados que andaram conosco todo o tempo e fazendo assim, iniciaram, eles próprios seu andar com Jesus.

Sair desse campo de batalha não é fácil. Como todo lugar onde a loucura acontece à luz do dia, esse lugar que se põe escondido do resto da Terra.



Então, num barquinho-canoa que mal nos continha sem virar, ainda nos acompanharam três amigos que se auto-promoveram nossa “equipe de segurança”. Além deles, iam nossas malas, pranchas de surf, câmeras de vídeo e fotos com o registro visual de tudo que temos escrito nesse diário.

O barco correu o rio Níger, imenso e assemelhado aos afluentes amazônicos das minhas primeiras experiências transculturais. E aportamos em outro Estado da Nigéria: Cross River, na capital Calabar.

Um motorista de van incrivelmente bêbado nos levou até o aeroporto local e, como nossos amados “seguranças” continuavam conosco colados, ficamos todos mais apertados dentro do carro do que estávamos antes no barco. Despedir-se deles foi triste. Estamos torcendo muito para que eles reguem o que semeamos em sua terra. Constrange ver uns negões altos e fortes chorando o mesmo choro fino e aflito das crianças que também deixamos. Sei que o sentimento deles é o mesmo que o delas: De abandono.

Um avião todo velho nos levou até a maior cidade do país, de onde se parte para o exterior. Mofamos lá o dia inteiro em mil check-in e check-outs devido aos rigores impostos aos nigerianos depois que um deles quase explodiu um avião americano. Mas, nesse aeroporto, pela primeira vez durante esse tempo, almoçamos “dignamente”. Comida “normal”... Sabe arroz, batata, frango...? Coisas do nosso dia a dia que desapareceram do cardápio no meio do nada-africano.

Chegou a noite e finalmente embarcamos rumo à Europa. Descemos em Madrid já era dia 20, aniversário da minha esposa, e lá começamos a nos separar: Os Leonardos embarcaram para Londres, e os demais, para o Rio de Janeiro.

Agora, já passadas cinco horas de vôo, o Jojô está ouvindo música, o William resolveu começar a falar inglês – feito efeito retardado, pois na Nigéria ele só se comunicava por sinais! O Clayton, sempre muito ativo, está aqui andando de um lado para o outro... Como as janelas estão fechadas, não tenho qualquer temor que ele se jogue... De vez em quando peço um suco só para dar finalidade aos seus passeios pela nave. O Adailton está aqui do meu lado tomado de uma rinite alérgica infinita (eu já estou todo molhado... putz...), porque o aviãozinho que fez o itinerário na África tinha um cobertor altamente povoado de ácaros... Foi nosso último contato com os insetos na África... Os outros voam sozinhos mesmo: uns helicópteros que picam com raiva, umas mariposas gigantescas, formigas pré-históricas...
Eu estou olhando pela janela.

Da Espanha, percebo que voltamos à África, sobrevoando o deserto do Saara, chegamos a Dakar e desde agora a pouco, abaixo de nós só há o mar, o Atlântico, oceano que banha minha cidade de Santos.

Santos...

Ali nasceu a segunda estação do Caminho da Graça! Gente terna e apoiadora...

Ali tenho uma casinha de varanda, por fora toda branca. Por dentro toda revestida de amor, simplicidade, ternura, perfume, recordações de nações visitadas e uma criançada levada, que, na minha ausência, todo dia se auto-convocava a orar por mim, pelos meus amigos comigo e pelos pequeninos visitados por papai e que nunca tiveram um pai.

Tem sido assim a cada Missão. Vou embora e volto para casa e para minha própria secularidade e sustento. Por onde passei fiz laços. Nunca disse “adeus”. O mundo é pequeno. Mas voltar para casa – confesso – é sempre a melhor parte da missão de quem parte.

Vejo dentro dos olhos dos meus amigos de missão: Cada um de nós só pensa agora em rever esposas e filhos, amigos e parentes. O último beijo foi em meio aos fogos do ano virando... E o próximo beijo, quando descermos daqui, virá das profundidades abissais que moram no nosso íntimo, como as do mar abaixo do avião: na superfície só haverá o azul e a alegria do re-encontro; mas nas entranhas silenciosas das lembranças do Campo, quem nos livrará carregar dessa uma viagem quase tudo que se leva de uma vida?!

Vamos desembarcar!

Alegria nos encontros. Silêncio na alma.
Fim... do Começo!

Marcelo, sobre o Atlântico Sul.

10 princípios para ser bem-sucedido


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Leia aqui o texto

A dor de ver!

A dor de ver!


A DOR DE VER!

Na terceira fase da Missão PEQUENINOS NA NIGÉRIA, pareceu bem ao Espírito e a nós, descer dos púlpitos, abandonar as conferências dentre os que detêm a primazia no meio do povo, e migrar para o “front”, entrar nas trincheiras para a guerra “mano a mano”, olhos nos olhos! Cara a cara com a realidade!

Ah! E que dura realidade! Violenta! Passados dois dias inteiros de batalha campal e aberta, minha alma amanheceu com um grito entranhado, nunca libertado, da dor de ver.

Ah! Se eu pudesse colocar você dentro das minhas pálpebras! Depois que a gente vê as coisas que tem visto não dá mais para fingir que não viu.

Não me refiro à pobreza extrema. Os pobres, sempre os teremos conosco... Falo a respeito da mais estranha categoria de estigmatização infantil. Tenho por certo que uma bomba de insanidade varreu a humanidade que um dia possa ter existido aqui.

Agora... para qualquer lado que se olhe, está tudo lá... É difícil apagar. Ficou estampado, marcado, manchado. É um painel de horrores e o famoso clichê se aplica aqui: É cenário de guerra civil. Tem sangue, mosquito, estupro, abutres, mutilação, monturo, extorsão, maldição, feitiçaria, tumores, exploração, correntes, medo, terror cristão, desencanto e morte.

Nós nos tornamos máquina de evangelizar, que é para ver se, ao menos, a gente belisca essa coisa nojenta que domina o ar! Esse grupo parece uma equipe “caça-fantasmas”, em meio a mais fantasmas do que se podia imaginar! Parece que a gente nunca mais vai embora! Vejo cada um desses soldados: A gente não pára de pregar o tempo todo que é para dizer ao caos que somos Vento contrário! De súbito, vem uma Força para não desanimar! A gente se poupa do óbvio e se dirige ao absurdo!

Pensar, por exemplo...
Pensar é o tipo de coisa que já paramos de fazer faz tempo! Aliás, parece que tudo “faz tempo...”.

É difícil explicar: Quando a gente pensa que isso é cultural, tribal, pagão e milenar; fica evidente que é religioso, cristão-folclórico, atual. Quando pensa que é religioso então, percebe o pano de fundo absolutamente cultural. Quando, finalmente, se conclui que é religioso-cultural, vê que tudo não passa de MÁFIA. É business! É grana! É o diabo... Mamom!

Porém, mais triste do que enxergar esse cenário de guerra infanticida é perceber que o monstro segue adiante sem dar conta que você existe para lutar contra ele. Para cada estandarte que a gente ergue, se levantam dez outros contrários na cidade!

O que existe na África Central existe em todo o mundo; especialmente, onde existe miséria humana e tráfico de drogas, por exemplo. Aqui, contudo, corre o tráfico de alma! Muitas almas! As almas estão acabando por mais gente que nasça... Está aberta a temporada de caça as alminhas que sobraram: as das crianças!

Já vi muita criança sem alma vagando esse lugar! Andam leeentas, feito velhinhos encurvados, sem expressão ou gesticulação. Olhar vago, perdido, entreaberto, confuso. Espectros calados, semi-vestidos, silenciados...

O mal nesse lugar é diferente da fome, da peste e dos terremotos: Aqui, a matança dos inocentes bruxificados é um negócio epidêmico, abrangente, crônico, tentacular, covarde, conveniente, coletivo, impregnado e palpável. É aqui! É aqui mesmo – a geografia do mal!

E “AQUI” se entenda todo e qualquer lado para onde se caminhe a partir desse mirante de discernimentos aonde viemos parar... Sinceramente, estamos no maior matadouro de utopias; isso aqui é a esquina da desesperança total; isso aqui é o “fim do caminho”; é pior que a morte do corpo, é sua ameaça diária, é a sua sombra espreitando os inocentes, comendo gente, sitiando a gente!

Do contrário, alguém pode me responder a questão cotidiana: As crianças que salvamos para onde vamos levar? E se no único orfanato não tem mais lugar? E se voltar para casa é mais perigoso do que qualquer noite sem luar? E o que fazer quando você tenta encontrar um lugar e ao voltar para buscar não tem mais criança lá? E quando tem mais do que você voltou para levar? Se escolho uma, o que eu faço com a outra que vai ficar?

Aqui tem uma fábrica de produção de crianças-bruxas! Os bebês que cuidem uns dos outros! Adulto é um perigo! Adultos são bichos medrosos! Sim! As crianças vivem tensas. A qualquer momento um bicho-gente-grande pode quebrar seus bracinhos, rasgar suas carnes, pingar sangue em seus olhinhos, forçar seus corpos, transformar cada criança num deles!

Chega.
Vou deixar você dormir.
E não vou contar em casa o que eu vi aqui.

Marcelo Quintela (Way to the Nation)
Aqui

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Você pode acompanhar tudo que está acontecendo no dia-a-dia deles pelo Diário de Missão... basta acessar aqui!

Oremos...

Oremos


Oremos! Oremos pelos nossos irmãos no Haiti... O terremoto afetou mais de três milhões de pessoas, e já são milhares de mortos.

Veja aqui algumas fotos recentes. E aqui você pode ter uma idéia da calamidade que atingiu a cidade de Porto Principe.

CHOVEU NA ÁFRICA! A aridez tem seus dias contados...

Missão na Nigéria


Pouco mais de 400 pessoas vieram nos ouvir em campo aberto ontem, na tarde de domingo. Havíamos distribuído em torno de 1600 convites; então, julgo que tivemos ótimo comparecimento, graças a Deus. Caímos na “simpatia do povo”.

“Don´t bring any Money; Just bring your heart!” – era a forma como o Jojó abordava cada passante durante os dois dias que circulamos pelas ruas repletas de gente!

Tínhamos 100 cadeiras. Alugamos mais 100. Outras 200 pessoas ficaram de pé. Todos muito curiosos!


Missão na Nigéria


Pastores vinham chegando engravatados. Ternos bonitos. Alguns exigiam que um de nós fosse recebê-los na, digamos, “entrada” da “convenção”. Outros vieram entusiasmados para participar no apoio litúrgico do evento. Todos muito amigáveis e colaboradores. Nós procurávamos distribuir as funções de modo que partes opostas se integrassem e não brigassem entre eles.

Graças a Deus nosso coração estava cheio de paz e de objetivo. Recebemos quem tinha que ser publicamente recebido e dividimos o almejado microfone entre apóstolos, reverendos e evangelistas presentes. Eles agradavam o povo presente.

Um deles nos trouxe uma relação imensa de autoridades eclesiásticas a serem citadas, aplaudidas e homenageadas. Fizemos o mínimo necessário. Negociações o tempo todo: “raspamos a cabeça e circuncidamos Timóteo”. Vestimos suas roupas, a todos cumprimentamos com um sonoro “Praise the Lord!”... Nós vibramos com a apresentação de um coral de “crianças-bruxas” recolhidas no orfanato do Sam e trazidas para a Cruzada por um velho microônibus. Cantaram um “gospel negro” lindo que elas próprias compuseram, entregando a Deus o Perfeito Louvor!


Missão na Nigéria


Então, um pastor local responsável por anunciar o pregador, chamou em voz alta, carregada de suspense: “Ele!!! Direto do Brasil!!! Ele!!! O homem de Deus!!! Ele! Ninguém menos do que oooooooooooooh... Reverendo Leeeeeeeooooooooooooouuuuuuuuuu Santoooooooos!!!!!”

Quase gritei GOL! Pensamos que o Rocky Balboa ia invadir o que eles chamavam de “plataforma” (Nada mais, nada menos que o mesmo areão que todos nós estávamos). O Leonardo ficou tão atordoado com a tal chamada triunfal que o mineirinho de Londres chegou lá na frente esquecido de toda a programação. Graças a Deus ele se lembrou de chamar o pregador da noite. “Ninguém mais e ninguém menos que o Reverendo Cesar”! Deixa-me explicar: O reverendo Cesar é ninguém mais e ninguém menos que nosso amigo Adailton César! “Adailton” é uma palavra simplesmente impronunciável aqui; e “reverendo” é a titulação mínima necessária para que alguém faça uso do microfone a fim de abrir a Bíblia e pregar com autoridade!


Missão na Nigéria


Lascou-se! Lá fomos nós inventar de última hora um “nome-fantasia” para o Adailton! E ele pregou... Pregou ousadamente, com força e autoridade! Com um estilo “pentecostalizado” que nunca tínhamos visto nele, ex-rev. presbiteriano! O bichinho até pulava! O esforço para se comunicar foi recompensador! Ao final, tínhamos recrutado um exército de gente temente a Deus que se vinculou a nós contra a bruxaria. Aliás, esquecemos que nossa Missão se restringia aos pequeninos acusados por profecias sacerdotais, e o Adailton lhes disse que, pela Graça Abundante de Deus, NÃO TEM maldição que NÃO tenha encontrado seu fim na Cruz de Cristo! Bastava que todos cressem! E todos foram convidados a “SAY NO TO WITCHCRAFT!!!”. Falamos que nosso país também é supersticioso sim; mas que raramente afligíamos nossas vidas com tamanha escravidão cultural, agravada pela astúcia de homens que induzem ao erro os incautos!
Missão na Nigéria


Ontem, em Eket, aqui... A alegria deu lugar à vergonha e ao vexame de viver uma situação desse tipo. Os pastores que fingiam que não estavam vendo nada ao redor deles vieram nos dizer que estamos JUNTOS contra a estigmatização infantil.

A distribuição dos evangelhos “GOOD NEWS OF JESUS CHRIST” (ABBA PRESS) e o lançamento do livro “JESUS AND THE CHILDREN” foi feita debaixo de um tumulto incontrolável... Nossos guarda-costas voluntários empurravam o povo de volta para as cadeiras sob pena de não presentear quem estivesse quase arrancando os livros da mão do Clayton, com mão, roupa, Clayton e tudo junto!

Ao final, tiramos centenas de fotos com tanta gente que foi ficando tudo muito cansativo e atordoante ao mesmo tempo em que o amor para com o povo tem aumentado em nossos corações.

Já era noite escura na cidade.

Agora, a gente ia dormir e a notícia ia correr, correr.
A literatura também.
E mesmo o diabo, acusador de nossos irmãos!


Marcelo Quintela (Way to the Nation)
Eket City, onde também tem gente boa de Deus!

OBS.: Seria só publicidade se não fosse Verdade. E isso a fim de que o coração de vocês se alegre tal qual o nosso!

O sol: dono da África, da pele, dos peixes, da feira!

Missão na Nigéria


África Central, Sul da Nigéria.
Outono de 2010.

Não chove aqui. Nunca. Nem uma gota.

O Sol também não brilha. Onipresente, fica cinicamente disfarçado sob um manto cinza-amarelado que se debruça violento sobre tudo e todos.

Estamos numa estufa. Os sentidos fervem. O sol africano entorpece a razão e deixa a paisagem e os rostos parecidos com ele próprio: secos, rígidos, hostis e à flor da pele.

A região é petrolífera, o ar cheira querosene e no horizonte as refinarias cospem o fogo que jamais se apaga. Mas a vegetação é teimosamente vigorosa! Cresce sem restrição! Para cima, para qualquer lado... Para todos os lados! A mata se joga sobre as ruas. Não há calçadas, somente um tapete esburacado de asfalto estreito, sobre o qual desfila uma infinidade de motos, carros e gente. Tantas motos quantas nem São Paulo nunca viu! Tanta gente sobre as motos como nunca se pensou no Brasil: são sempre de 3 a 6 pessoas; e todos seguem numa caravana completamente destituída de sinais de trânsito, faixas de pedestres, capacetes, limites de velocidade, vias preferenciais e qualquer outra coisa que seja minimamente orientadora. O caos se auto-organiza. A bagunça é harmoniosamente regulada pelas buzinas que tocam o tempo todo. Ganha quem buzina mais, melhor, antes, sei lá... Há uma orquestra de buzinas sem maestro algum comandando a rural-urbanidade do lugar.

As casas comerciais são baixas, pequenas, escuras e tem suas placas comidas pela ferrugem. Mas nada é mais peculiar do que as feiras livres.

***

Meio-dia. A sauna seca foi ligada lá fora!

Dentro do carro, estou suando mais que em toda a vida, transpiro sal. O ar entra quente pelas narinas e mal posso abrir os olhos. Evito me mexer... Vejo tudo ao redor:

O carro não anda. Não tem espaço para circular. Estamos enfiados no meio da feira e as barracas invadem a rua, enfiadas entre os carros. O povo também invade a rua, carregando sobre a cabeça os sacos, as lenhas, o mundo! Não há miséria. Ninguém passa desnutrido.

E só há negros mesmo; não vi um branco ainda... Nem um único. Não há muitos idosos tampouco. Morrem antes. A vida é dura!

Enquanto todos olham para mim, “alvo mais que a neve”... Eu olho para tudo. As coisas aparecem diante de mim como flashs, quadros, retratos amarelos, pinturas envelhecidas encardidas de tempo e sol...

Tem um porco inteiro sobre a bancada. O rasgo fundo no pescoço é a única marca que o distingue do animal vivo. Daqui a pouco ele estará deformado a gosto do cliente, fatia por fatia. No chão, blocos de carne vermelha vão sendo defumados. O sol dá conta de tudo. As moscas dão conta da carne. Moscas. Tantas moscas como motos.

Mas a melhor exposição é a dos peixes. Mal podemos identificá-los. Não tem peixe fresco... Estão todos carbonizados, parecem de plástico enegrecido, torraram completamente, viraram esculturas mumificadas com olhos de vidro.

No demais, há muitas especiarias de sarcófago e gritos de briga. Ninguém leva desaforo pra casa. Ninguém guarda desaforo no coração. Tudo segue... Todos falam alto e ao mesmo tempo. O tempo que nem parece o mesmo, aliás... Pareço estar fazendo uma viagem ao passado. Lembro dos filmes de época que retratam os mercados a céu aberto nas cidades européias da Idade Média. Um frenético “zanzar” para se buscar o pão de cada dia, o arroz e os grãos todos, que aqui se comem com as mãos.

Até onde percebi, não há sanitarismo algum aqui no estado de Akwa Ibom. Não existe rede de esgoto, só existem fossas. E nem um único cesto de lixo. E o lixo... O lixo vai sendo socado contra a areia do chão à medida que se caminha sobre ele. Não demora a virar uma coisa só... Pisado! O chão e o lixo. O solo e seu adubo. Areia e plástico.

O carro segue. Sinto o vento quente entrar pela janela. O sol pousa no carro e abre as asas sobre nós. Fecho os olhos, escondido... (Confesso que a gente nunca se entendeu muito bem! Mas dessa vez, é óbvio que ele está me perseguindo! Só pode!)

Vou fingindo que não é comigo! Logo mais, fim da tarde, o sol – ele mesmo – também vai se cansar da própria fúria e exibir-se, lindo, como uma imensa bola laranja se escondendo no horizonte! Logo mais virá a noite de candeeiros, sem luz elétrica nas ruas.

Minha pequena caravana também segue adiante.

Procurando o futuro.

Marcelo Quintela (Way to the Nation)
Um dia desses/Janeiro de 2010
EKET, no Delta do Rio Niger
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Não seja você um sinal dos últimos dias

Veja essa mensagem na VVTV

Novas iniciativas em 2010

Caminhando


Certos de que o Caminho é como o Vento... e que Ele sopra onde quer; é que muito nos alegramos por comunicar o início de duas novas iniciativas do Caminho que começam espontaneamente a se reunir sob o Espírito do Evangelho da Graça, com alegria e simplicidade.


ESTAÇÃO TAGUATINGA / DF
Antônio Fonseca
Contato: (61) 3522-2822
E-mail: fonsecalennon@hotmail.com

ESTAÇÃO POUSO ALEGRE / MG
Gilson Souza / Leandro Machado
Contato: (35) 8829-1404 – Gilson / (35) 3421-9489 9833-3191 – Leandro
E-mails: gsouzasg@hotmail.com; leandro.53@hotmail.com

Diário de missão: Pequeninos na Nigéria

Diário de missão
Gente amiga que caminha junto nesta missão de vida: Paz e Esperança sejam Nele!

Neste espaço estaremos postando o andamento das atividadades de nossa equipe enviada em missão à Nigéria para ajudar os pequeninos que sofrem com a bruxificação feita por pastores locais. Acompanhe tudo aqui!

Veja no canal DOSSIÊ NIGÉRIA as informações de tudo que antecedeu esta missão.

Contamos com suas orações e apoio.

Chico.

Equipe Caminho Nações

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Clique aqui para acompanhar a missão
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