Aqui segue um glossário de termos presentes tanto no site como nos livros. Creio que a leitura dele é autoexplicativa e pode facilitar o processo de comunicação no que tange à terminologia.

»    Igreja (com I maiúsculo) corresponde ao que Jesus e o Novo Testamento definem como Igreja: a Assembleia dos que foram chamados à fé, ou seja, o encontro com Deus e uns com os outros em torno do nome de Jesus
– o que faz de todo Encontro Humano, em fé,
um Encontro-Igreja no qual Jesus promete estar presente, mesmo que sejam apenas dois ou três re-unidos1 por se saberem a ele unidos!

»  “Igreja” (entre aspas) refere-se às representações institucionais do fenômeno histórico, social, econômico, político e culturalmente autodefinido como “igreja” – e que tem uma hierarquia (clero), sigla (denominação), geografia fixa (prédio) e membros-
-sócios. Ou seja, Igreja encontramos no caminho. “Igreja”, vamos ao encontro dela ou a identificamos pela placa!
»    Cristianismo é a expressão histórica da religião que confessa Jesus como Filho de Deus, mas cujo processo de institucionalização trabalha com mais frequência contra os interesses do Reino de Deus que no sentido indicado pelo Evangelho.

»    Catolicismo é um derivado do Cristianismo que se vê como o “Reino Estatal de Deus na Terra” – tudo entre aspas.

»    Protestantismo é o movimento histórico-cristão que quase conseguiu... Mas perdeu o pró-testo, que é sempre algo pró-teste! Assim, virou apenas uma Re-Forma!

»    Evangélico é o ente que crê no evangelho e que crê na salvação em Jesus, conforme a graça revelada em Cristo. Por exemplo, o apóstolo Paulo era um genuíno evangélico!

»    “Evangélico” (entre aspas) é o ente que tem sua fé em Jesus mediada pela “Igreja Evangélica”, que é a autodefinição coletiva dos cristãos que nem sempre confiam uns nos outros ou gostam uns dos outros. Apesar disso, só se enxergam coletivamente sob esse guarda-chuva, furado de baixo para cima pelas pontas afiadas dos guarda-chuvas menores que cada um usa para garantir sua própria proteção enquanto aniquila o que confessa como devoção: o evangelho!
»    Cristão (historicamente) é um ser no limbo, vivendo entre a lei e a graça; sofrendo entre o medo de Deus e o amor irresistível que por ele sente.

»    Discípulo de Jesus é o ser que, apesar de se reconhecer relativo, se sabe – pela fé na graça de Deus que gera o dom da fé – como alguém que é irreversivelmente de Jesus, e que aprendeu que o caminho acontece na companhia de irmãos que sempre sujam os pés na jor- nada. Por isso lavam os pés uns dos outros em nudez, crendo que quem já está limpo pela Palavra de Cristo não necessita lavar senão somente os pés.

»    Liberdade é a capacitação na graça e na verdade de poder escolher-se-deixar-levar pelo Espírito, que rea- liza o Bem de Deus no ser humano, conduzindo-o no caminho estreito que acontece em fé – entre os polos da lei e da libertinagem –, na vereda do que é bom, faz bem, é justo e se chama vida conforme Jesus.

»    Pecado é... Sou. Cada um deveria saber o que é peca- do. De fato, cada um sabe, especialmente se não for instruído moralmente a respeito. Somente os instruí- dos pela Moral é que têm pecados listados. Os da fé seguem a justiça do evangelho na consciência, por isso sabem que são pecado. Sabem e não ficam neuróticos. Afinal, aquele que não teve pecado, Deus o fez pecado por nós. Quem olha para o coração sabe a diferença.

»    Graça é toda manifestação do amor criador-redentor de Deus – e que se expressou supremamente no Es- cândalo da Cruz – e que sempre é favor imerecido, incluindo a criação de todos os seres.

Paulo fala em Igreja mais que qualquer outro dos após- tolos. Para ele, no entanto, a igreja tem dois tratamentos:

1. A igreja como ente espiritual que existe aos olhos de Deus como a Universal Comunhão dos Santos. É a igreja como verdade e como proposta.

2. A igreja instituída como organismo, não como uma empresa com uma missão de conquista. Nesse aspecto, Paulo não fala em corpo, membros e dons. Para Paulo, alguém era membro da igreja não quando se filiava, mas pela sua própria inserção em graça na comunhão do corpo de Cristo e sua mutualidade.