Não vim trazer paz, vim trazer espada!
2 de fevereiro de 2010
Postado por Unknown
Amigos e Irmão em Missão conosco: Paz seja na sua casa!
No domingo que antecedeu nossa última cruzada, que ocorreu na segunda-feira dia 18, eu acordei virado do avesso. Já estava muito cansado. E no dia anterior, durante o "Surf com a Comunidade" havíamos cruzado com os primeiros homens brancos que não fossem nós mesmos. Um grupo de gerentes petrolíferos canadenses estava "tomando umas" na praia. O Leo parou para conversar com eles e me contou o que eles disseram: "Sabe quando vocês vão conseguir resolver esse problema? - Nunca! Esse povo aqui não presta, é ignorante demais pra mudar". O Leonardo lhes contou, com toda sua calma mineira, tudo que Deus já tinha feito durante os dias de Campanha! Eles se surpreenderam... "Nunca antes na história desse país", algo tinha dado tão certo nesse sentido como estava acontecendo conosco!
Mas domingo cedinho já se ouviam os louvores da igreja ao lado. Rica e ostentadora, cheia de gritos de guerra triunfalista e vestidos das vanglórias da "prosperidade".
Lembrei-me que foi a primeira na qual entramos e assistimos a reunião, sendo também a última, pois foi ali que o ultra-mega-super-reverendo nos recebeu em seu escritório para dizer que "se os porcos puderam ficar possessos, porque não as crianças!" – e em seguida, ele emendou: Sou contra a bruxificação infantil, mas não quero me meter, não posso fazer NADA! Levantamos e fomos embora. Encontramos muitos outros assim: Em cima do muro, polidos, políticos, covardes, rendidos, nem contra e nem favor... Eu já andava meio enojado de líderes que escolheram o pior lugar para ficar: em sua zona de conforto, onde não podem se machucar!
Então, levantei da cama decidido a encontrar gente como a gente: Gente disposta a tudo! E eu sabia onde encontrá-los!
Assim, despertei o Leonardo e o Adailton dizendo: "Vamos, hoje vamos ao culto na Liberty Gospel, de Helen Ukpabio!"
Queria cruzar as linhas inimigas e dizer a eles claramente que a guerra contra a estigmatização infantil estava aberta e declarada e que não adiantava mais eles se fingirem de surdos. Dizer a eles que finalmente eles teriam diante deles o obstáculo de gente que crê em Deus e em Sua Palavra! Lá no fundo do meu coração ainda cheguei a vislumbrar a possibilidade de uma conversa diplomática que abrisse, ao menos, um canal de discussão; considerando que eles NUNCA foram confrontados "espiritualmente" em sua insanidade. Na pior das hipóteses, guardei a orientação de Paulo a Tito quanto a "fazer calar os insubordinados, faladores frívolos e enganadores: eles devem ser repreendidos severamente, para que sejam sadios na fé”.
Pedimos ao motorista, o Emmanuel, que nos levasse à franquia mais próxima dessa grande denominação. Ele olhou com estranheza para nós, e eu disse a ele: É isso mesmo meu amigo, L-I-B-E-R-T-Y G-O-S-P-E-L!... Ok?
O Emman estava todo engravatado, bonitão... Ele já sabia que iríamos fazer incursões pelas igrejas para continuar a convidar famílias para a cruzada de despedida no dia seguinte. Ele só não imaginava que iríamos convidar justamente aqueles que têm causado tanto estrago na sociedade cristã daquele país, através de contínuas pregações, livros de Batalha Espiritual, filmes como aquele que apresentamos no Dôssie (End of the Wicked) e muitos exorcismos infantis.
A opinião do motorista eu já conhecia pelo que ouvia dos pastores o tempo todo: A Liberty Gospel é formada por gente que fica agressiva, raivosa, contenciosa... Eles invadem conferências, impedem a ação das ONGs, abrem processos judiciais contra opositores. O povo deles se movimenta como um batalhão. O batalhão da prosperidade, do grito de guerra, do domínio de território mediante o declarar da autoridade do nome de Jesus, e todas essas coisas que já são velhas do lado de cá do Atlântico.
Assim que voltamos da visita, derramei meu coração junto aos meus irmãos em Santos. Às vezes, tenho que falar, colocar para fora, dizer como me sinto... Faço isso escrevendo para o Caio, meu pai na Fé e pai dessa Missão; e outras vezes para o Bregantim, pastor do meu coração, que me ouve quando estou indignado. Também me queixo com Rejane... No fundo quero receber um carinho, um cafuné, e seguir adiante. Ela sempre me diz: "Ai, ai, ai, Má... só se mete em confusão esse meu marido... Você gosta, né? Você só pode estar se divertindo, né?" Eu acho engraçado ouvi-la falar assim e me restauro... rsrs...
Dessa vez, escrevi para Santos, o grupo todo de emails... Umas 300 pessoas. Escrevi sobre nosso encontro com os profetas do infanticídio em nome de Deus. E foi conforme está abaixo. Transcrevo aqui para que não tenha que recontar a mesma história. Gostaria muito que vocês lessem, pois manifesta muito do espírito dos dias finais dessa primeira viagem da Missão Pequeninos na Nigéria. E esclarece porque voltamos certos de que não deixaremos o campo de batalhas até que a bruxificação infantil tenha sido varrida de lá! (Aos que não crêem, meu lamento e minha gratidão por nos suportar em nossa insensatez).
Gente querida do Litoral Paulista,
Não consigo escrever porque a conexão é ruim, quando tem... e o tempo é curto, quando tem!
Mas preciso lhes dizer sobre a manhã desse domingo: Hoje falamos com o diabo. Dentro do escritório dela, cercado por um monte de homens imensos, ouvimos as maiores heresias que um ouvido cristão podia ouvir.
E para completar, ainda fomos amaldiçoados em nome de Jesus, mandados de volta para nossa área, nossa "Jerusalém" - ela dizia; e nosso país, porque aqui é território deles! Ela disse que queremos ficar ricos e fazer dinheiro na África (Meu Deus!), e que, respaldada na Bíblia, ela tinha autoridade de nos repreender e julgar! Ela já sabia da nossa existência e tinha mandado "espias" na primeira cruzada... (mentira dela!)
Nós a retrucamos, falando que Deus vai calar a boca assassina dela; falamos que nossa área são os confins de toda a Terra, e que nossa autoridade em Nome de Jesus era sobre todo território onde existia vida humana, falamos que se ela não mudar e continuar pregando a violência contra criancinhas que, então, JESUS, e não nós, vai dizer a ela no último dia: Não conheço você!
Ela tremia. Estávamos calmos. Mas nossa paz já ia fugindo de nós, dada a intenção dela de irritar com seu falar frenético...
Mas só perdi a calma quando ela nos enxotou do escritório (Nós fomos levados para o escritório assim que chegamos, outra pessoa assumiu o púlpito e essa senhora, clone Ukpabiana, gritava: A criança tem espírito de adivinhação! Voltem para a Jerusalém de vocês!)... Assim que saímos da sala, diáconos e diaconisas nos assistiam com um sorriso de canto de lábio.
O Adailton, então, sacudiu a areia das sandálias, simbolicamente. Depois o Leonardo: "Você reconhece esse gesto?". E eu em seguida, tirando a poeira dos nossos pés e dizendo aos berros: "Viemos em paz! Nossa paz agora volta sobre nós!"
Os homens, feito estátuas, nem se mexiam... Ela gritava!
Bati minhas sandálias-sapato contra eles com tanta força e tantas vezes que subia areia na minha própria cara! Fiquei fora de mim... Eu quase esmaguei um sapato contra o outro! Andei de meias pela rua e se o Emmanuel não me contém acho que eu estava até agora lá, me livrando da impregnação daquele chão!
Chorei no carro. Chorei de raiva! Chorei de expor o Emmanuel também, que vai ficar na Nigéria enquanto nós vamos embora! Não gostei disso. Pedi "Sorry, Emman...! Sorry, my friend!"
"Bater as sandálias" é uma experiência horrível (Lucas 10). Significa que eles ouviram e rejeitaram... E para além disso, nenhuma paz é possível e que, então, virá ESPADA. Sim, igreja contra igreja, filhos contra pais, ovelhas contra pastores, autoridade contra autoridade, pois uns crerão e outros não.
Pena que agora a guerra tem cara, nome, placa. Quem está do nosso lado e do lado das crianças CONTRA o espírito que opera nos "filhos de Helena Ukpabio", da Liberty Gospel Church.
Amigos, amanhã acontecerá nossa CRUZADA FINAL, de despedida, em campo aberto. E nosso único colete à prova de balas procede do Espírito que nos cobre. Não temos medo. Mas a polícia já avisou que vai estar lá para evitar confusões. Os pastores locais que nos apóiam foram convidados a sair da toca e comparecer.
Por favor, meus irmãos, orem por nós. Orem por mim, por todos. Orem pela Nigéria. Para que, não importando o que nos aconteça, a palavra de Deus NUNCA fique PRESA, mas vá e cumpra o que a DEUS apraz fazer!
Estrategicamente não era hora de ver o diabo nos olhos, porque agora podemos ser vigiados e ameaçados, e isso pode atrapalhar o andamento acelerado das coisas. Mas, por outro lado, eu não via a hora de vê-lo e de falar na cara dele, como fiz olhando nos olhos dela:
"Eu conheço você! E seu espírito não é de Deus! Nós, discípulos de Jesus, somos bravos como vocês são; e só vamos embora quando isso acabar! A gente é igual a vocês e não vai desistir NUNCA! NUNCA!
Guardem esse nome, disse o Leonardo: WAY TO THE NATIONS! Nunca deixaremos esse país! Até que isso acabe!
Foi a primeira vez que alguém lhes resistiu na face, pois quando o fazem aqui é sempre escondido, em púlpitos distantes...
Também foi a primeira vez que alguém nos enfrentou frontalmente durante todos esses dias. E não tiveram medo de nós e da nossa autoridade em nome de Jesus.
Está acabando...
Mas nem começamos...
Domingo próximo verei o rosto de cada um na Estação em Santos, se o Senhor assim o permitir!
Marcelo Quintela
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Este artigo foi postado por Blog do Caminho em 2 de fevereiro de 2010 às 12:14. Siga quaisquer respostas a este artigo através do RSS 2.0 feed. Você pode também deixar seu comentário aqui.
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