Simplificando eu diria que “neurose” é excesso de responsabilidade. É chamar a responsabilidade de tudo para si mesmo. Os mecanismos que operam “por baixo” dessa “responsabilidade excessiva” são muitos e variados. Um desses mecanismos é a culpa. Nesse caso, quando a noção de pecado não se faz acompanhar de Graça, o que fica pode ser o legalismo—na mesma medida em que o cara se sente “devendo à Lei”, na mesma medida ele se torna acusador do próximo; é uma maneira de nivelar a todos por baixo—; ou pode ser a culpa que se transforma em “serviço”, em “devoção”, em “sacrifício”, em “perfeccionismo” santarado; em “missão”, etc...—tudo isto animado por uma culpa latente: a de se pensar sempre na vida como “dí-vida”; daí os “pagamentos”, as “divisões”, e os conflitos que se estabelecem como parte de tudo. Obviamente que essa é uma hiper-simplificação.

Na Graça de Deus a culpa vira consciência; e a consciência gera libertação; pois somente na Graça a culpa perde seu poder de condenação, e passa a trabalhar em favor da sabedoria e da paz.

Nele,

Caio


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