"E DEUS CHAMOU UNS... E OUTROS..."


E quem abriu os olhos não finge mais que os têm fechados. O testemunho do Evangelho volta para boca, visto que agora é Boa Nova! Daí tem surgido "botões comunitários", focos de Vida... a Doce Revolução. E onde isso se dá, a gente só identifica, testifica, co-participa e se disponibiliza, em alegria e devoção. Isso é supervisionar. 


A CONSPIRAÇÃO GÁLATA


Esta geração de mentores locais é formada, basicamente, por irmãos de antecedência evangélica e, portanto, mesmo esgotados em suas tentativas de viver o Reino dentro dos casulos religiosos de outrora, ainda podem lidar com as tentações e as vulnerabilidades pessoais aos discursos da religião que se empenha em propor performances meritórias e comportamentalistas em detrimento do crescimento rumo à maturidade em Cristo, conforme o anti-modelo neo-testamentário entre os Gálatas, uma experiência de sincretismo que o Caio diz que é brincadeira de jardim de infância se comparada ao que acontece hoje em dia. 


Esse espírito sempre conspirou contra a Igreja de Jesus, e inclusive motivou a maioria dos escritos paulinos que temos hoje.



Entretanto, A CONSPIRAÇÃO GÁLATA é a contra-partida do CAMINHO DA GRAÇA. 


Um anula o outro, no mais absoluto antagonismo!


Na mais “harmônica” oposição. Onde um está presente o outro não existe. Onde um impera, o outro desaparece, “pois, se vos deixardes circuncidar, Cristo para NADA vos aproveitará!” 


Portanto, supervisionar também é reconhecer e alertar contra a presença de nuances desse espírito de religião, para que as pessoas experimentem o Caminho mais excelente do Amor, abrindo mão do ascetismo orgulhoso, das ‘circuncisões’ contemporâneas (a Lei dos batismos, jejuns, freqüências e dízimos), dos títulos que abestalham a alma, da retórica vazia, do academicismo, das complicações eclesiásticas, do frenesi desesperado para crescer, subir, competir, possuir, mostrar e fazer, além da manutenção do Saleiro Comunitário - que amplificam as relações de policiamento, sacerdotalização e controle das individualidades.


Na outra ponta desse mesmo processo, a Supervisão é importante para tratar fobias institucionais, motivações raivosas, quase caninas, criticismo sem proposta, sem misericórdia e sem compromisso, medos excessivos incorporados pelas experiências de trauma, liberdades insuportáveis e individualismos a la Corinto - que desprezam a consciência e o espaço alheio.


A verdade é que aparece um monte de gente com vontade de “fazer diferente” mas sem saber exatamente que diferença fazer!

Marcelo Quintela
Porção retirada de um texto escrito em 2007