dry bones

Onde estão os crentes? Sim! Onde anda essa gente outrora farta em número proporcional, mesmo que fizessem parte de uma esmagadora minoria?

Onde se esconderam os crentes? Sim! Aquela gente simples, que comia a Palavra e respirava pela oração?

Onde enterraram os crentes? Sim! Aqueles homens e mulheres que chamavam depressão de tristeza e angustia de tribulação ou apenas de provação?

Onde mataram os crentes? Sim! Aquela que gente que mesmo morta ainda falava, mas que agora mesmo existindo já está morta?

Ah! Como sinto falta dos crentes! Sim! Daquela gente que temia a Deus, que amava o próximo, que guardava o coração para não pecar nem na emoção raivosa, e que se deleitava na alegria sua ou dos irmãos?

Sim! Morro de saudades até da ignorância santa dos crentes!

Ignorantes de muitas coisas, mas crentes nas virtudes do amor e da fé, e que carregavam a Palavra na mente todos os dias, e que quando erravam era por não saber melhor!

Sinto saudades dos crentes que criam na Bíblia e que se deleitavam no estudo da Palavra.

Sinto saudades da reverencia dos crentes para com todos.

Ah! Quanta saudade do tempo em que os crentes eram simples e humildes, e que tinham apenas Deus como consolo e fortaleza.

Meu coração anseia por encontrar pobres satisfeitos, rejeitados não amargurados, abandonados que não ficam se sentindo sozinhos, expulsos que sabem que não perdem nada, escorraçados que aceitam o maltrato como privilégio.

A iniqüidade vai aumentando e o amor vai esfriando!

Desse modo os crentes vão minguando e deles se vê apenas a sombra tímida e reclusa.

Onde estão os crentes? Sim! Aqueles mesmos que não esmoreciam ante nada, que brincavam de rodas à volta das tumbas, e que chamavam até mesmo o morrer apenas de promoção?

Ah! Meninos e meninas tolos! Filhos da incredulidade! Enteados da descrença! Escravos da insensatez!

Será que vocês não vêem, não ouvem, ou terá o seu coração perdido as carnes do sentir?

Crente tinha essência. Sim! Tinha caráter e fibra! Crente era forte, era firme, era homem ou mulher de verdade!

Crente perseverava, e nada o abatia para sempre!

Crentes? Hoje? Não! São palitos de algodão doce! São pirulitos chupados pelo capricho do diabo. São mercenários que tentam contratar Deus para qualquer serviço sujo, que antes os crentes até diziam que “era coisa do diabo”.

Crentes? Comunhão? Não! Hoje a comunhão virou suruba de perversa fraternidade!

Crentes? Solidariedade? Ah! Não! O que há é apenas “swing” de interesses sórdidos!

Crentes? Não! Nem mesmo são mais querentes. Agora, quando são ainda bons, são apenas carentes!

Os eleitos estão sendo enganados!

Não lêem a Palavra. Não conferem mais coisas espirituais com coisas espirituais. Não buscam mais a verdade, mas apenas as riquezas deste mundo!

Sim! Perderam o prazer em Deus! O amor de Cristo neles feneceu!

Devagar os verdadeiros crentes estão sendo levados, arrebatados pelo tempo e pela morte; e no lugar ficamos nós, essa gente nojenta de tanto nada, e pegajosa de tanto sebo de engano!

Até os melhores entre nós ainda são fracos e não suportam nada. Escandalizam-se de tudo, e arranjam pretextos para se matar de depressão por qualquer coisa:

“Meu marido não me quer...”

“Sou gay e quero morrer...”

“Minha mãe não me amou...”

“Perdi a esperança na igreja...”

“Fui abusada pelo meu irmão...”

“Cresci sem amor...”

“Por que não dei cabo da vida ainda quando estava no ventre materno?...”

Ah! Quanto desculpa para não andar, para não crer, para não se apossar do verdadeiro amor!

Sim! Meu Deus! Onde estão os crentes? Onde anda aquele povo alegre, embora não dançante; feliz, embora não gargalhante; sério, embora sempre andando em gozo?

Sim! Onde andam aqueles que fazem o mundo indigno perante o seu caminhar de estrangeiros e peregrinos sobre a terra?

O que vejo é um vale de ossos secos!

Ora, diante do que vejo apenas creio que o Senhor sabe, e que por Sua Palavra esse vale de morte ainda pode encontrar o espírito da vida!


Nele, que sabe onde estão os crentes,


Caio