----- Original Message -----
To: Marcelo Sent: Tuesday, March 21, 2006 2:14 PM
Subject: duvidas


Caro companheiro,

Estamos com algumas dúvidas com relação ao início do Caminho por aqui, pois tem muita gente fazendo contato para participar das reuniões. Queremos saber como trataremos destas questões? Como foi o surgimento do Caminho da Graça aí em Santos? Vocês abriram as reuniões PARA TODOS? Como foi? Sobre o que tratavam nas reuniões iniciais?


Abraços.

Belo Horizonte - MG

*******

Olá, meu amigo,

Que bom que as pessoas estão fazendo contato. Você verá que as próprias pedras clamarão!

Quanto às dúvidas que você levantou, quero te dizer o seguinte, sendo bem objetivo: Seja o mais simples e espontâneo possível. Tudo informal, tudo para todos. Tudo acerca do Evangelho e não de mais uma metodologia de aplicação eclesiástica. Não fique pregando acerca do modus faciendi da coisa toda.

Pregue o Evangelho de Jesus Cristo, e Este crucificado - Escandâlo até para os cristãos!

As pessoas já estão cansadas de ouvir acerca de novas fórmulas, métodos, visões, visões, visões... Argh! me dá até naúseas!

Portanto, se você não fizer reunião administrativa, todos e qualquer um poderão participar. Reuniões de organização civil ou de ordem estatutária (que com o tempo, serão necessárias) são para um grupo selecionados de irmãos envolvidos profundamente na história toda de abrir uma Estação, mas não necessariamente seus "pioneiros".

Mas, reuniões públicas são públicas! Podem vir não-crentes, crentes, tradicionais, pentecostais, pastores, presbíteros, diáconos, bispos, apóstolos, cardeais... Basta ser gente!

E no Caminho vai ser tratado como gente. Ninguém é a rainha Elizabeth no Caminho da Graça!

Não tem rico, nem pobre, nem culto, nem bronco, nem homem e nem mulher... Cristo é tudo em todos!

Aqui em Santos, nós começamos nas casas (CAMINHO COM-VIVÊNCIA) e simultaneamente, alugamos um auditório todo domingo, no qual fazemos uma Reunião (alguma música, pregação do Evangelho, testemunho, contribuição; e uma vez por mês, nós ceiamos com alegria e singeleza).

Não é exatamente o modo que é novo, e sim o espírito!

Nas primeiras reuniões, eu explicava que o Caminho não é uma igreja - no sentido da cultura evangélica - e nem pretende ser. É um movimento de consciência e conversão a Graça de Deus em Cristo (e nesse aspecto, temos visto a ação do Espírito nos corações e mentes).

Avisei, então, que todos poderiam vir e ninguém precisava sair de suas comunidades religiosas originais. Lógico que a maioria, assim que passa a frequentar o Caminho e ver que existe MESMO uma diferença - que não é propriamente de formato dependendo da experiência litúrgica de quem chega; mas que é de mensagem e de relacionamento - começa, então, também a frequentar mais assiduamente, porque lhes faz bem!

Depois que se conhece a abundância de Vida em Cristo, a maioria simplesmente não quer parar o processo de aprendizado e fortalecimento da fé.

É lógico também que, dependendo do circuito evangélico que a pessoa está ligada, os "porteiros da igreja" não vão deixar barato, e os que freqüentam o Caminho, serão chamados por sua liderança, e terão que se arrepender de ter feito isso... ("a vontade de Deus não sei o quê, a vontade de Deus não sei o que lá..."). Se o membro insistir, será convocado a escolher onde quer ficar. Com muita sorte, saíra "abençoado", se for o caso!

E quanto a nós? Como tratamos essas questões?

Ora, eu não fico perguntando quem é e quem não é; quem está e quem não está! Deixo vir e ir, conforme cada um.

Vem gente que quer conhecer e saber do que se trata, vem gente aflita, vem gente pelo site, vem gente que gosta de Jesus, mas está cansada da igreja que condena, que julga, que manda para o inferno, que patrulha. Vem gente enviada para xeretar e dar relatório lá na igreja (espiões), vem gente desconfiada, vem gente que sempre vem, mas nunca diz para que veio - E eu não digo nada! Não sou investigador. Vinde! Todos vós!

É uma Estação - não é um clube, não é uma maçonaria evangélica, não é um Rotary da Graça. Ninguém é membro e todos são, se forem membros do Corpo de Cristo! Pode vir, entrar, sair e encontrar pastagens. Entendeu?

Penso que para liderar o Caminho ninguém pode ter espírito de xerife. Se o teu chamado é pastoral... Você é pastor, não delegado! E a Estação se chama Estação porque é uma Estação, e não uma Presídio de Segurança Máxima, com o caso da maioria das instituições evangélicas de "regime fechado" (voltadas para dentro).

"Estação" não é um termo bíblico e nem vai virar, mas aloja como ilustração a realidade da EKKLESIA no contexto neo-testamentário, que é a Assembléia dos Chamados PARA FORA!

Mas quando digo que a "igreja" é um presídio, não duvidem. Isso fica evidente justamente quando o cidadão resolve sair de lá. Então, se dá falta dele na frequência, é lembrado pela liderança, e caçado, perseguido e mal falado no caso de ter encontrado melhor pastagem! Mas, isso só em 99,99% dos casos. E quem ficar bravo com essa constatação é porque é cego ou dono da carapuça!

O mentor de uma Estação não pode andar desconfiado das intenções alheias, não pode pedir investigações neuróticas. Não pode ficar em suspeição com a traição "denominacional" de alguém. Isso é maluquice mafiosa e não procede do Evangelho, todavia compõe aquela parte da lista de obras da carne de Gálatas 5, para a qual a "igreja" não dá a mínima.

Portanto, deixa isso para o pessoal que gosta de fazer isso. Tem um pessoal que tem tara de conquistar o membro da igreja alheia: "Consegui, háhá! Tirei o cara da igreja daquele meu colega que é metido só porque tem a maior igreja da cidade! háhá! Eu invejo, mas conquisto! Aleluia!" Aí o bobão inseguro pensa que virou mais homem em cima do outro. Até se acha, por alguns segundos, mais espiritual, mais poderoso, mais pastor. Tudo coisa de criança, que sempre quer o brinquedo que está na mão do coleguinha."

Entendeu como os caras pensam? É triste mas é assim.

E o que me desaponta profundamente é que eles perderam a capacidade de se arrepender dessas manias. Podem até pregar diferente, mas na hora do "vamos ver" é assim que é, sempre! Mas, vocês... Vocês estão fora do circo!

"Tu, porém, cuida de ti mesmo e da sã doutrina".

E deixa essas tolices para quem virou pastor só para matar a vontade de ser dono do outro, dono da Obra, dono da Vinha, dono das almas.

E qual é o compromisso que se tem com o Caminho da Graça? O compromisso pessoal com a Estação tem a ver com a consciência voluntária de manutenção e suprimento das necessidades coletivas do trabalho. O que não for espontâneo, alegre e fruto de gratidão e amor não interessa para Deus e nem interessa para o Caminho.

Portanto, apele às consciências, conclame à generosidade, exponha as necessidades, peça ajuda sincera; só não faça terrorismos, não trate ninguém como criança, não faça "ameças bíblicas", não chame a tesouraria de "casa do tesouro", porque vocês não são o Estado de Israel e nem o dízimo é um imposto nacional de tributação obrigatória, como no templo de Jerusalém e na igreja evangélica, que diz que namora com Jesus, mas vai todo dia para cama com Moíses, em flagrante adultério contra o Noivo e a Nova Aliança!

Que todos aprendam a dar ofertas e dízimos, mas como Abraão diante de Melquisedeque - cheio de gratidão e reverência e sem barganhas a fazer!

Diferente do meu costume, estou publicando essa e outras cartas no site para, através delas, tirar dúvidas de um monte de outros irmãos, segundo os emails que recebo.

Um abraço a todos os irmãos de BH, que inauguram a Estação nessa semana!


Na mesma Graça,

Marcelo
marceloquintela@caiofabio.com