É a revelação da Absoluta Singularidade de Jesus o que acaba com a idolatria
4 de agosto de 2012
Postado por Unknown
Não é possível conhecer a Deus em um vínculo de confiança
sem iluminação da Graça.
Na Natureza... em toda a sua grandeza e maravilha... se pode
conhecer — pelas impressões causadas pela beleza, pela harmonia, pela
complexidade simples, pelo estranho testemunho do Existir das coisas — a
certeza de que Deus é impossivelmente necessário ao sentido do Universo.
Porém, pela Natureza, chega-se apenas ao “crer em Deus” como
Algo, não como Alguém que é Amor.
A Natureza dá testemunho esmagador de Deus como Necessidade
ao Sentido do Existir. Mas dificilmente alguém vai além disso...
Por isto as crenças em Deus que não vêm da Revelação de Deus
sobre Si mesmo não passam do Fato/Fator/Deus.
Sim, pois como aos sentidos humanos a Natureza parece ser
Impessoal, o máximo que se depreende de tal encontro com Deus na Natureza leva
a mente humana ao mais puro budismo, mas não cria a consciência de que Deus é
Pessoa, é amor.
Como diz Paulo em Romanos 1 [...] a Natureza tem o poder de
acabar com a idolatria de si mesma quando se a percebe como criação divina. No
entanto, tal percepção não enternece ninguém, sem uma revelação adicional e
pessoal, ao ponto de conduzir alguém a um vinculo com o Alguém/Amor.
Daí a revelação de Deus aos Hebreus ter sido tão especial e
divina. Sim, pois onde quer que a divindade seja uma pessoa, em geral surge o
politeísmo como decorrência da pessoalidade do divino.
Um só Deus e que seja também Pessoa absolutamente Única e
Amorosa em Verdade e Justiça Misericordiosa e Imparcial, somente nos alcança se
algo para além de nós mesmos se manifestar.
Do contrario, na ideia da divindade pessoal surge a
pluralidade que decorre da projeção das nossas pessoalidades, e, assim, Deus se
torna deuses...
Sem a revelação de Deus sobre Si mesmo, toda ideia humana
sobre um deus/pessoa conduz invariavelmente à idolatria das pessoalidades tão
múltiplas quanto as nossas projeções dos humanos, surgindo assim os deuses de
projeções de pessoalidades.
Daí tais deuses serem sempre iguais a nós, carregando nossas
ambiguidades e ambivalências...
Quando chegamos a Jesus — Eu e o Pai somos um — temos algo
tão para além da compreensão..., que não nos é possível compreender por meios
próprios. Sim, por todas as razões DEUS EM CRISTO é um absurdo, mas, sobretudo,
pelo fato que Esse que Encarna Deus, Ama com uma paixão sem romance; ama em
espírito, a tal ponto que Nietzsche disse ter lido os Evangelhos e não ter
encontrado alma humana em Jesus, posto que buscasse também a projeção do humano,
conforme ele, Nietzsche, entendia o homem a partir de si mesmo...; e, por tal
olhar, ele não encontrou em Jesus o que julgasse que seria uma alma, ou seja: a
passionalidade e a parcialidade do amor conforme nos humanos.
Entretanto, até mesmo olhando para o Jesus da História, não
se encontra Deus, mas a beleza do Homem, do Filho do Homem.
É a revelação direta do próprio Deus ao coração humano, de
modo a não ser explicado, o que pode trazer-nos ao entendimento que transcende
as lógicas, e, assim, gerar a certeza de que Deus estava em Cristo.
Sim, somente assim Jesus vai além do Filho do Homem e chega
a ser para o homem o Filho de Deus, na perspectiva de que o Pai e o Filho são
Um.
Entretanto, crer no Filho do Homem, segundo Jesus, põe
aquele que assim veja a Jesus [...] no Caminho de abraçar o amor de Deus no
amor que devote aos humanos, e que fará aquele que assim haja na vida um dia
ouvir: “Entre, bendito do meu Pai, pois tive fome e me deste de comer”...
Nesse caso, a imanência de Deus no Filho do Homem leva o
homem a transcender na pratica da imanência do amor do homem pelo homem, na
vida.
Quando, porém, se discerne Deus em Cristo, se transcende num
nível de consciência e deliberação lúcida que gera intimidade relacional com
Deus.
Assim, sem humanidade de Encarnação, é impossível aos
humanos discernirem qualquer coisa do amor de Deus na perspectiva de que Deus é
Amor.
Sim, pois mesmo na Antiga Aliança, a ênfase não era no amor
de Deus, mas sim na Sua Justiça e Verdade.
É em Cristo Jesus que Deus é Amor, e tudo mais decorre desse
Amor!
É também no mistério da fusão de Deus no Filho do Homem e no
Filho de Deus, que Deus é amor para nós, e sem lugar para a idolatria, por mais
próximo do humano que tal fato faça Deus se tornar.
É a revelação da Absoluta Singularidade de Jesus o que acaba
com a idolatria.
Pense nisto!
Caio
4 de agosto de 2012
Lago Norte
Brasília, DF
4 de agosto de 2012
Lago Norte
Brasília, DF
Este artigo foi postado por Blog do Caminho em 4 de agosto de 2012 às 20:43 e está arquivado em caio fábio,reflexões. Siga quaisquer respostas a este artigo através do RSS 2.0 feed. Você pode também deixar seu comentário aqui.
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6 de agosto de 2012 às 17:27
lindo texto!!
7 de agosto de 2012 às 20:32
O budismo não tem a pretensão de ser um fim em si mesmo, mas um meio...
O amor como objeto de desejo pessoal de realização é uma meta para o caminho cristão, nunca de um budista, pois para este o trilhar é que é a meta!
A criação de um Deus pessoal para que exista um parâmetro para o amor incondicional é algo transcendental só no conceito. Na realidade, vivenciar esta pretensão é a mais pura psicose, onde, a depressão é o caminho para a cura!... Deus, está sempre dizendo: "A minha graça te basta". Simples assim!
Em Jesus o Cristo, isto tudo é possível, porém, no Cristo Jesus de Paulo é apenas uma pretensão inalcançável!
7 de agosto de 2012 às 20:59
Idolatrar em uma pedra o conteúdo do seu sagrado como fez Jacó e, como consequência fazer uma oferta a Deus pela qualidade-momento deste sagrado, é o sinal mais manifesto da grandeza da alma humana e a prova de infinito crescimento e desenvolvimento, pois encarna a abordagem mais próxima da verdade absoluta que jamais pode ser expressa em palavras.
Hoje, o cristianismo evangélico está órfão pois não tem uma representação física simbólica do seu sagrado íntimo. O que se vê como consequência é o rebanho fazendo sua projeção de sagrado em um pastor humano, que acaba pagando por sua humanidade, caindo em desgraça ao menor tropeço...