Durante milhares de anos, a missão para os cristãos resumia-se apenas a salvar homens. Aqui e ali se ouvia nas canções católicas, protestantes ou evangélicas alguma referência à natureza, mas apenas na perspectiva do louvor ao criador de todas as coisas.

Excelente obra deseja aquele que se empenha para comunicar Salvação aos homens!

No entanto, o que seria apenas um chamado de Deus ao homem para ser pescador de almas, com o passar do tempo, tornou-se a presunção da “igreja” entender-se como superior aos demais pecadores, passando a considerar quem “esteja fora ou dentro” como apto para o reino de Deus.

Igualmente, sua indiferença à natureza com a preocupação de preservar foi também mantida e, isto se deve a alguns fatores arraigados nas crenças e teologias. Eis alguns deles:

1. A ênfase no ser humano, como centro da criação.
2. Pela interpretação da vida eterna como sendo supressora da vida terrena.
3. A interpretação escatológica como invalidadora de qualquer cuidado com o planeta.

“No que diz respeito ao ser humano, embora ele tenha recebido habilidades excepcionais dos demais seres vivos, contudo, o Senhor o  colocou num Jardim para que por ele- o homem- fosse regado e protegido.

Tudo começou em um jardim e tudo quanto significou alienação de Deus depois disso, sempre foi marcado pelo distanciamento do homem do ambiente natural, caminhando cada vez mais para a criação de cidades, de ajuntamentos, de torres, de centros urbanos, e de mundo, conforme o conhecemos”. Caio Fábio


Hoje, a humanidade encontra-se diante de realidades com as quais ela precisará adaptar-se, mesmo em face da inevitabilidade de algumas tragédias.  Estamos vivendo um momento oportuno de sensibilizarmo-nos e ouvirmos os gemidos da criação.

 Embora, a vida eterna seja irreferível se comparada à biodiversidade que nos cerca; e que o mundo inevitavelmente esteja inserido em sua continuidade escatológica, todavia, o discípulo de Jesus neste mundo, neste tempo, junta sua voz ao do Anjo do Apocalipse e dá glórias a Quem criou as fontes das águas; abraça todo ser vivo e chama de irmão; milita em toda boa causa que preserve – não como marketing  ou mero ativismo-; mas firmado na premissa de que tudo o que Deus criou é bom, apesar de nós. E, se o Cordeiro foi morto antes da fundação do mundo, um parto amoroso para o nascimento de tudo o quanto existe, significa que toda a criação é produção do amor de Deus.

Você já parou para pensar que o mundo foi criado em amor? – esta é a mensagem da EcoGraça que deve ecoar no nosso eco (casa).

Sendo assim, seja também nossa missão, paralelo a nossa espécie, o preservar este planeta terra, nossa “casa comum”.


Como já disse o Carlos Bregantim: "O entendimento correto não poderia ser a terra criação do Altíssimo e nós os jardineiros, fazer dela um jardim?"

Em Cristo, em Quem toda terra é nossa, nós de Cristo e Cristo de Deus!

Fernando Lima
Salvador/BA