Venho acompanhando a ação dos irmãos que foram explorados na “religião” e que hoje se tornaram “religiosamente ateus”.
7 de janeiro de 2013
Postado por Marcello Cunha
PASSANDO E VENDO AS VOSSAS
POSTAGENS...
Venho acompanhando a ação dos
irmãos que foram explorados na “religião” e que hoje se tornaram
“religiosamente ateus”.
Sim, passando e vendo os posts
que fazem acerca de “Deus” constato que o ateísmos de vocês é extremanente
religioso, posto que os cards, fotos e tirinhas que vocês postam, além dos
vídeos que fazem, revelam-me o quão profundamente religiosos vocês ainda são;
visto que sistematizam a Bíblia exatamente do mesmo modo que os “doutores” da
“igreja” o fazem; só que vocês, agora, usando os mesmos artifícios das
“sistematizações”, chegam à conclusões igualmente tolas e falaciosas, conforme
eu e muitos antes de mim sempre disseram; a saber: que sistematizadamente a
Bíblia pode ser a mãe de todas as loucuras e construções.
A desonestidade intelectual
praticada contra vocês é a mesma com a qual vocês criam esse material de
ateigelização que agora produzem, e com o mesmo fervor religioso de antes,
sendo que agora contra aquilo que antes defendiam.
No centro de tudo está o
ataque à Bíblia. E por quê? Ora, porque a “Bíblia Sagrada” foi empurrada goela
à baixo em vocês como uma especie de materialização da verdade, e, por que não
dizer: uma especie págnificação da divindidade.
Vocês, meus manos, foram
treinados nas tradições mais históricas da “igreja”, e aprenderam a montar as
basicalidades “doutrinárias” que um dia construiram com o proposito de
“evangelizar” outros. Outros de vocês, mas não a maioria dos criadores de
posteres anti-biblia e anti-deus na internet, e que tiverem raízes mais
pentecostais ou neo-pentecostais e até católica, aprenderam também o mesmo tipo
de argumento e processo de construçãos das “doutrinas sistematicas”, mantendo —
em qualquer das origens históricas dos traumas — o mesmo fervor, ardor e
beligerancia dos “defensores da verdade”, conforme um dia o foram, quando
militavam “pró-igreja”.
Assim, passando e vendo os
“objetos do vosso culto” [posteres, tirinhas e fotos] “em tudo ainda vos vejo
demasiadamente religiosos”, posto que apesar de tudo, ainda deixaram um espaço
aberto “ao Deus Desconhecido”, quando incluem em vossa comunhão os irmãos
agnósticos, ou seja: os que dizem: “Aquilo ali não é Deus... Mas porque sei que
aquilo não é Deus, não significa que Deus não seja Deus”.
Quando leio os argumentos
acho-os engraçados; tão engraçados que frequentemente os uso a fim de ilustrar
o que digo sobre o “Deus” que não é Deus.
Além disso, como o raciocício
e o conhecimento por trás de tais produções, são de natureza velha, cansada,
desgastada, discutida e resolvida há tanto tempo..., dá apenas a impressão de
que pegaram a basicalidade dos argumentos apologéticos dos evangélicos, e os
reescreveram ao contrário.
Ateísmo que se fundamenta na
não-inerrabilidade da Bíblia ainda é expressão de religiosidade ressentida. Ou
quando se mostra as incoerencias entre o V.T. e o N., não se está fazendo
declarações atéias, mas apenas expressando a raiva de quem um dia defendeu um
pacotão e hoje vê que ele era indefensável no seu todo; posto que de fato Jesus
não combine mesmo com muito do que o V.T. ordenou “em nome de Deus”.
Sim, é verdade. Mas e daí? Não
é isto que se diz que Jesus veio acabar? Não é isso relativo ao fato que antes
de Jesus dizer “Eu e o Pai somos Um” o que se enxergava era como o vulto de
algo num bronze opaco? E não é isto concernente ao fato de que a revelação
nunca antes foi totalmente isenta da presença mesquinha e limitada de cada
tempo e geração? E, portanto, tal disparidade em tantas coisas não mostrar apenas
o quão impossível é para o homem de fato saber como Deus é? Sim, não mostram
tais contradições o quão alienígena o Evangelho de Jesus é em relação a tudo e
todos?
Ou quando vêm com a cansada e
desgastada história de Jesus ser uma amálgama dos mitos egípcios, sumérios,
romanos, hindianos e bárbaros — ignorando que tais temas também se tornaram
obsoletos, especialmente quando se passa a ver Jesus como Chave Hermenêutica
para a compreensão da Bíblia, da História, dos Mitos, das Lendas e da
Existencia como um todo?
Sim, quando se olha tudo
apenas através de Jesus [...] não existe nada disso. O que foi um dia [...] já
não o é depois de Jesus.
A crise que vocês manifestam,
meus irmãos, também expressa o fato que a experiência de vocês foi de natureza
doutrinal [mais acentuada nos de origem eclesiástica histórica] e ou também de
natureza fortemente emocional e psicológica, com forte componente de esperança
messiânica relacionada à religião [mais fortemente nos de origem pentecostal ou
crenças derivada].
Na realidade somente o
Ocidente do planeta, o lado judaico-cristão do mundo, expressa esta forma de
ateísmo, mostrando que ao invés de ser uma discussão filosoficamente real, é
apenas um dado de natureza psico-social.
Os ateus do Ocidente [digo: os
filosoficamente sofisticados, já há muito falecidos...] também apenas
expressaram o trauma deles com a religião indefensável. Mas por quê?
Ora, sendo
muitos filhos de pastores ou nascidos no Protestantismo ou Catolicismo
fanatizados, não suportando aquilo, e associando “Deus” à religião, caíram na
mesma esparrela de construir um ateísmo religioso. Fanáticos eram e não sabiam!
O verdadeiro ateísmo foi muito
pouco praticado no mundo. Exceto, é claro, pelos mais profundos ateus que a
História já produziu: os que em nome de Deus abusaram dos humanos em razão de
que nunca creram em Deus.
Entretanto, do ponto de vista
do que seja uma visão profunda do ateísmo, as conseqüências de assim se crer
com honestidade, inapelavelmente conduz ao suicídio.
Sim, pois sem Deus tem-se que
fazer um salto de fé-não-fé a fim de se poder emprestar algum significado aos
vínculos e sentimentos humanos mais básicos. Sim, todas as coisas que nos dão
significado, morrem sem sentido num universo descriado e aberrativo.
Eu, de minha parte, já provei
a mim mesmo, quando me deparei com não-Deus na existência, que apenas o
suicídio me seria um passo coerente ante aquela hipótese.
Sei que se eu fosse ateu, como
nunca brinquei de nada na existência, o passo final e natural de minha mais
absoluta dês-significação seria a minha própria e escolhida morte.
Digo isto desde que aos 18
anos, quando numa angustia de não-Deus na minha vida, busquei ardentemente a
morte.
O que os amigos ateus
ex-evangélicos estão provando é raiva, muita raiva. E mais: por total falta de
conhecimento existencial e experiencial de Deus na vida, caindo seus altares de
“deus/igreja/bíblia”, sobrou apenas o que, em sobrando, não realiza nada em um
coração honesto.
Mas ateus?! Não, manos, vocês
não o são, pois se o fossem não escreveriam tirinhas, etc..., mas sim
epitáfios!
Apenas saibam que com todo o
carinho eu digo que vocês são apenas “Trauma-deus-tizados”.
Todavia, não será o que aqui
lhes disse o que mudará nada em vocês!
Vejo-os muito mais como
“Saulos resfolegantes” e apaixonados do que como ateus gelados!
Ateus ignoram, não discutem!
Ora, como sempre fui ateu
desse “Deus” ora em questão, também não discuto... Apenas expresso minha
solidariedade e peço ao Pai das Luzes que se revele a cada um — sem religiões e
sem homens no processo!
Com todo carinho,
Nele, que
sabe qual é a abismal diferença entre as coisas,
Caio
7 de janeiro de 2013
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